Somos uma rede de pessoas organizadas de forma horizontal e não-hierárquica dedicada a enfrentar os grandes desafios do nosso tempo. Somos um grupo de visionários unidos pela tarefa de encontrar, compartilhar, discutir e aprimorar informações, atitudes e soluções voltadas para o bem comum, e montar um conjunto de recomendações de práticas a serem implementadas por indivíduos ou grupos de pessoas em suas casas, instituições, coletivos ou comunidades com o objetivo de trazer justo e verdadeiro benefício ao maior número de pessoas possível.

Somos indivíduos singulares que passamos a expressar cada vez mais um desejo por uma autonomia que possa ser realizada de forma associativa, cooperativa e sabemos que a emergência aqui e acolá de movimentos que não só protestam contra a miséria de nossas vidas, mas alegremente afirmam a possibilidade de uma vida radicalmente diferente já são sinais inconfundíveis de que este horizonte que pretendemos desvelar está cada vez mais pronto para ser apreciado.

Coolmeia enquanto uma rede de apoio mútuo

Acreditamos na criação autônoma de devires, espaços e vivências e na multiplicação destas através de experiências educativas que pensem e vivam a liberdade, a solidariedade, o apoio mútuo e a autogestão.

Acreditamos que é através da ampliação do Capital Humano, através das experiências compartilhadas de aprendizagem que conseguiremos transpor os desafios planetários que se interpõe.

Somos pessoas que acreditam no empoderamento dos indivíduos e de suas comunidades, buscando a sustentabilidade destas e do planeta. Organizamos redes de resiliência locais, e facilitamos a comunicação e a interação entre elas.

Acreditamos que gentileza gera gentileza e que precisamos desenvolver comunidades como unidades eto-ecológicas, baseadas na bondade e no apoio mútuo.

A Coolmeia apóia-se na força de todos que acreditam, assim como Ghandi, que a mudança que buscamos no mundo encontra-se em cada um de nós. Através da união destas pequenas mas significativas forças individuais, conseguimos promover melhorias progressivas e sensíveis na qualidade de vida dos seres humanos e daqueles seres vivos que nos circundam.

Declaramos um objetivo comum:

“Fazer o mundo funcionar para 100% da humanidade no menor tempo possível através da cooperação espontânea sem ofensa ecológica ou desvantagens para qualquer um.” (1)
Sentimos que não precisamos bater de frente com os poderes já estabelecidos, pois estes possuem uma força esmagadora, que poderia acabar com nossos intentos. Podemos, isso sim, criar um mecanismo misto de resistência e criação de alternativas . Podermos criar um desvio no fluxo do rio, cavando um outro leito, construído com a ajuda de todos aqueles que acreditassem em nosso sonho. “Você nunca muda a realidade lutando contra ela. Para mudar algo você cria um novo modelo que torna o modelo existente obsoleto.” (2)

Sabemos também que nem todas as verdades já estão escritas, quando começamos a trilhar nosso caminho.

“Caminhos nunca são linhas retas. Eles ziguezagueiam, sobem e descem colinas e vales. Eles chegam a becos sem fim. Mas quando colocamos nosso melhor pé adiante, podemos nos aventurar na direção da utopia, em direção a um mundo que venha de baixo, para todos e por todos.
Com grande cuidado encontramos pedras nas quais podemos pisar para os destinos mais maravilhosos. Então nos esforçamos para emendar paisagens inteiras de práticas não-hierárquicas. Chutamos os vidros quebrados do nosso caminho. Às vezes nos perdemos. Mas a passagem precária em si mesma é um mapa para uma sociedade liberadora.
Nos damos as mãos, desejando atravessar novamente, de um jeito novo. Quando a escuridão desce, construimos acampamentos de fogo a partir das fagulhas da possibilidade, e vemos outras chamas à distância.” (3)

Sabemos em nosso sonho, que a mudança que vamos co-construir virá de um trabalho continuado, cooperativo, de centenas de milhares de pessoas, ao longo de um período prolongado de tempo. Mas sabemos também que será divertido e enriquecedor trilhar esse caminho, juntos. Como nos diz Howard Zinn:

“A mudança revolucionária não vem como um momento cataclísmico… mas como uma sucessão sem fim de surpresas, movendo-se em zigue-zague em direção a uma sociedade mais decente. Não temos que nos engajar em grandes e heróicas ações para participar do processo de mudança. Pequenos atos, quando multiplicados por milhões de pessoas, podem transformar o mundo.
Mesmo se não “vencermos”, existe diversão e preenchimento no fato de estarmos envolvidos, com outras pessoas boas, em algo que vale a pena. Nós precisamos de esperança. Um otimista não é necessariamente um indiferente, um cantarolador levemente sentimental no meio da escuridão do nosso tempo. Pois ter esperança em tempos ruins não é apenas romantismo bobo. É basear-se no fato de que a história humana é uma história de crueldade, mas também de compaixão, sacrifício, coragem e bondade. O que escolhemos enfatizar nesta complexa história é que irá determinar nossas vidas.Se virmos apenas o pior, ele destrói nossa capacidade de fazer algo. Se lembrarmos daqueles tempos e lugares – e existem tantos – em que as pessoas se comportaram de forma magnífica, isso nos dá energia para agir, e ao menos a possibilidade de mandar esse topo giratório do mundo em uma direção diferente. E se nós agirmos, mesmo de uma forma pequena, nós não precisaremos esperar por um grande e utópico futuro. O futuro é uma sucessão infinita de presentes, e viver agora da forma que acreditamos que os seres humanos devem agir, em oposição a tudo que existe de ruim ao nosso redor, já é por si uma vitória maravilhosa.” (4)

E assim despertamos, com uma energia diferente palpitando dentro de nós, nos chamando para a ação. O engraçado é que acordei mas o sonho não foi embora: ele estava ali, presente, gritando e pedindo, como urgência visceral, que eu o ajudasse a se tornar realidade. E aqui estou eu, cercado de pessoas pra lá de especiais, com as quais gostaria de compartilhar este sonho e, muito mais do que isso, gostaria que me deixassem compartilhar dos seus sonhos.

Em virtude disso, perguntamos:

O que você, que está lendo este texto agora, e que estou chamando para compor este sonho comigo, acrescentaria de seu para que este sonho seja um sonho ao mesmo tempo comum e completamente seu?

(1) e (2) R. Buckminster Fuller
(3) trecho retirado de Paths toward Utopia, com ilustrações de Erik Ruin e palavras de Cindy Milstein
(4) Howard Zinn, em O Otimismo da Incerteza

 

Para uma leitura mais aprofundada sobre Quem Somos e o Que Queremos, leia nosso Manifesto e nossa Carta de Princípios.

Aprofunde-se mais ainda lendo nossos Textos Essenciais.