Cidades Educadoras
Por uma verdadeira Cidade para as pessoas.
Cidades Educadoras são espaços que passam não somente a funcionar como espaços de dormitório, trabalho, deslocamento e lazer mas também como uma ferramenta ativa de aprendizado..
Cidades Educadoras são espaços que passam não somente a funcionar como espaços de dormitório, trabalho, deslocamento e lazer mas também como uma ferramenta ativa de aprendizado..
O empoderamento de comunidades e a aplicação de metodologias voltadas para o desenvolvimento comunitário local também faz parte do foco da Coolmeia. Estamos concluindo a tradução de um livro sobre o assunto…
A Nuvem de Soluções é uma rede social criada em torno de um banco de dados de tecnologias sociais e de aprendizagem autônomas a serem apropriadas por indivíduos, coletivos e organizações com vistas a um processo de mudança social, ambiental e cultural.
Um projeto que visa constituir-se no melhor banco de tecnologias sociais, iniciativas, modelos, ferramentas, técnicas e soluções voltadas para a produção de capital social e bem comum, para para mudança social, ambiental, habitacional, econômica, educacional e política. Em geral, soluções simples que possam ser implementadas por indivíduos, pequenos grupos de pessoas ou coletivos organizados, sem grandes montantes de dinheiro (e muitas vezes sem nenhum). As soluções serão apresentadas inicialmente em português e inglês, sendo possível realizar tradução colaborativa para qualquer língua posteriormente.
Vizinhocas é um portal de trocas de bens, serviços e conhecimento entre vizinhos, com o objetivo de promover o uso racional dos recursos do planeta bem como realçar a convivialidade perdida em nossas vizinhanças.
Em breve, saiba mais sobre o Projeto.
Colha sua própria salsinha é uma campanha pelo locavorismo, alimentação saudável, convivialidade e sustentabilidade. Estimula o plantio e compartilhamento de hortaliças em qualquer espaço disponível.
Visa traduzir e adaptar à realidade brasileira o Citizen’s Handbook, um livro canadense com ótimas dicas para o desenvolvimento comunitário local e o empoderamento das comunidades e seus moradores.
Este projeto está em sua fase final. Logo você poderá baixar o livro gratuitamente!
1. O que é a Coolmeia? Quem somos afinal?
A Coolmeia é uma rede de pessoas dedicadas à tarefa comum de enfrentar os grandes desafios do nosso tempo.
Somos uma rede de pessoas organizadas de forma horizontal e não-hierárquica dedicada a enfrentar os grandes desafios do nosso tempo. Somos um grupo de visionários unidos pela tarefa de encontrar, compartilhar, discutir e aprimorar informações, atitudes e soluções voltadas para o bem comum, e montar um conjunto de recomendações de práticas a serem implementadas por indivíduos ou grupos de pessoas em suas casas, instituições, coletivos ou comunidades com o objetivo de trazer justo e verdadeiro benefício ao maior número de pessoas possível.
Para saber mais, clique em Quem Somos. (link para o Quem Somos)
2. O que não é a Coolmeia?
A Coolmeia não é uma organização hierárquica nem uma instituição ou organização formal. Não é nenhum braço de qualquer partido ou instituição política, não mantém vínculos governamentais, empresariais ou comerciais.
Entretanto, se propõe a articular indivíduos, organizações e instituições com interesses e afinidades comuns e, em função disso, pode divulgar e integrar ações oriundas de instituições tanto estatais quanto corporativas.
3. Como a Coolmeia se organiza?
A Coolmeia se estrutura como uma rede distribuída de pessoas, que se conectam diretamente à Coolmeia e/ou a grupos locais ou temáticos constituídos igualmente como redes distribuídas.
A Coolmeia é uma rede distribuída: não tem centro, não tem diretoria, coordenação e não tem, nem mesmo, uma equipe formal de animação ou facilitação, o mesmo sendo válido para todos os seus grupos. Os animadores e administradores aparecem naturalmente, de acordo com seu próprio ímpeto de fazer a iniciativa crescer.
Para saber a diferença entre uma rede distribuída e uma rede centralizada (ou descentralizada, quer dizer, multicentralizada) dê uma olhada nos diagramas de Paul Baran (1964):
DIAGRAMAS DE PAUL BARAN – VER EM http://www.coolmeia.org/pdf/Coolmeia-v1.0.pdf
Pessoas | Pessoas são todos os conectados à Coolmeia, seja participando de algum grupo, coletivo, rede ou movimento, seja individualmente.
Grupos | Os Grupos da Coolmeia são os grupos temáticos de pessoas conectadas que constituem a Coolmeia e que se reúnem para compartilhar discussões e atividades sob temas comuns.
Favos | São núcleos locais, geograficamente estabelecidos, de membros da Coolmeia e redes, movimentos, organizações e instituições parceiras
Times | São grupos que possuem tarefas específicas dentro da rede, tarefas de suporte primário, funcionando como Grupos de Trabalho a serviço dos demais Grupos e Favos
Metassistema | São grupos que tem a tarefa de estabelecer a sustentabilidade da rede, através da execução de tarefas fundamentais como a Mediação, a Integração, a Adaptação e a formulação da Identidade da rede.
Cada grupo de pessoas que, em uma determinada localidade ou em torno de um determinado tema ou atividade, resolve constituir um Grupo da Coolmeia, tem total autonomia para estabelecer sua própria agenda de atividades, sua estrutura e seu regime de funcionamento, desde que assuma as Bases de Unidade e de Diálogo da Coolmeia e se paute pela sua Carta de Princípios.
4. Mas, afinal, o que faz a Coolmeia? Quais são os seus objetivos?
Na Coolmeia quem faz as coisas são sempre as pessoas, jamais as “instâncias”. As pessoas conectadas na Coolmeia se dedicam a várias atividades:
a) conectamos pessoas interessadas em conhecer mais sobre cooperação na solução de problemas comuns à humanidade, altruísmo e desenvolvimento sustentado (seja pelo estudo, pela investigação teórica, pela experimentação ou, inclusive, pela vivência-em-rede) e em compartilhar tal conhecimento com outras pessoas interessadas em conhecer mais sobre o mesmo tema;
b) facilitamos a livre interação horizontal entre as pessoas e estimulamos a criação de grupos (clusters territoriais ou temáticos) voltados aos objetivos da Coolmeia, os quais – em virtude do compartilhamento de agendas – podem vir a se tornar verdadeiras comunidades de aprendizagem e ação (de vez que a rede geral composta por todos os seus conectados não conseguirá ter a densidade de interações suficiente para gerar comunidade);
c) estamos gestando o embrião de uma Nova Economia, de uma Nova Política, de uma Nova Sociedade e de uma Nova Humanidade, mais cooperativa, justa, convivial, equânime e sustentável, através das experiências sociais que realizamos e dos exemplos que polinizamos;
d) buscamos colecionar, agregar, sintetizar e disseminar ferramentas, modelos, métodos, manuais, ideias, atitudes e soluções capazes de construir um presente e um futuro melhor para todos nós. Chamamos esse processo de Nuvem de Soluções;
e) estimulamos a conexão de uma pequena multidão de pessoas de sorte a criar uma efervescência capaz de ensejar a eclosão de certos fenômenos próprios de redes altamente distribuídas e, ainda, a criação de uma base potencial de crowdsourcing que consiga intensificar a criação de novas ferramentas de mobilização e mudança humana, social e ambiental;
f) organizamos talkoots, palavra finlandesa que significa “encontro de amigos ou vizinhos com o objetivo de realizar uma tarefa”. Estes encontros podem ser planejados online e implementados localmente, divulgadas através da Coolmeia e outras redes sociais e servindo de exemplo para iniciativas similares em outras localidades.
Para saber com mais detalhes clique em O que fazemos e Quais são nosso Objetivos https://docs.google.com/document/d/1XtGn8_BiS_BreU3eurShelu7QPPevEcFVSzd39d1Wsw/edit
5. Quem financia a Coolmeia?
Não há patrocinadores, apoiadores ou parceiros institucionais oficiais da Coolmeia. A Coolmeia é financiada pela atividade pro bono de seus membros, não havendo qualquer pagamento compulsório de taxas, mensalidades, anuidades, matrículas ou recebimento (em dinheiro ou em outros bens) por venda de serviços. As fontes de renda e recursos são oriundas do trabalho dentro da Economia Convencional, doações diretas que visam suportar indivíduos ou grupos de atividades específicos da Coolmeia, e os recursos que são produzidos e trocados dentro do sistema de Economia Viva da Coolmeia, um sistema de produção, distribuição e utilização de bens e serviços produzidos internamente.
6. Quais são as ferramentas de interação utilizadas pela Coolmeia e qual é a sua estrutura?
A Coolmeia não é um site de relacionamento ou um espaço genérico de convivência virtual onde cabe qualquer coisa e sim uma coligação de pessoas que se articulam horizontalmente para compartilhar ferramentas, modelos e ideias que geram Capital Social, ações em prol da sociedade e do ambiente.
Para poder conhecer com mais detalhes cada ferramenta, clique em https://docs.google.com/document/d/1JSomrz114tGqeQEOpIJhUGWapoPRqr9keeOPvOioZZ4/edit (depois colocar o link definitivo)
Para conhecer o sistema organizacional da Coolmeia, acesse nosso Mapa Mental
7. Quem pode participar da Coolmeia?
Quaisquer pessoas que concordem com seus objetivos, sua Bases de Unidade e suas ideias fundamentais (constantes da sua Carta de Princípios).
Qualquer pessoa que dentro de si tenha um desejo de compartilhar e cooperar para produzir um mundo diferente, melhor para todos.
8. Quem dirige a Coolmeia?
Ninguém em particular, quer dizer, todos os participantes, por autoregulação emergente. Os instrumentos de interação usados pela Coolmeia (os sites, os subsites, os blogs, a wiki, a comunidade, a ágora…) são administrados por seus administradores formais. Mas o papel desses administradores das ferramentas de netweaving, de animação e integração da rede usadas pela Coolmeia não é o de chefes, presidentes, diretores, nem mesmo o de líderes. Eles podem ser, no máximo, netweavers (animadores, tecedores da rede) – não comandantes, mas coordenadores a serviço da rede.
Muitas vezes os administradores de sites e grupos em uma plataforma interativa não cumprem nem mesmo o papel de netweavers (tecelões de redes). São apenas pessoas que tomaram a iniciativa de abrir um site, formar um grupo, colocar um tema em discussão em um fórum ou marcar um evento. Deve aderir a essas iniciativas apenas quem quiser.
Quem não quiser aderir, por motivo de discordância, pode sempre dizer isso para as pessoas que tomaram a iniciativa. E também para todas as outras pessoas conectadas.
Ademais, quem não está totalmente satisfeito ou confortável com o que foi proposto, pode propor outra coisa. Ou – a permanecer tal descontentamento ou desconforto – pode abrir um novo grupo ou um novo site (coisas que podem sempre ser feitas por qualquer pessoa conectada, mesmo na ausência de descontentamento ou desconforto). Nesse caso as pessoas conectadas à Coolmeia podem simultaneamente participar dessa outra ferramenta de interação que foi criada (por qualquer motivo).
A liberdade na Coolmeia não é apenas a liberdade (positiva) de adesão ou a liberdade (negativa) de segregação (abandono), mas, fundamentalmente, a liberdade (inclusivamente co-operativa) de pertencer a várias comunidades simultaneamente e de comparecer em seus respectivos instrumentos de interação.
9. Como são tomadas as decisões na Coolmeia?
Não há, a rigor, tomada de decisão na Coolmeia. Assim, também não há um método (ou procedimento) para regular qualquer dilema da ação coletiva.
Quando há discordâncias de opiniões sobre determinado assunto, se pode:
1. Não fazer nada
2. Tentar evoluir na conversação buscando um consenso ou uma nova posição que permita o avanço
3. Se nada mais tiver dado certo e se o impasse estiver atravancando algum processo importante da rede, as pessoas interessadas podem tentar usar algum mecanismo de deliberação e votação. OBS: Votar sempre gera escassez e “lados” vencedores e vencidos, e deve ser usado com a máxima moderação para evitar as consequências de polarização características dos processos de votação.
Todos os membros da Coolmeia são livres para submeter aos demais qualquer proposta relacionada ao propósito e aos temas da rede, devendo aderir à proposta os que concordarem com ela e não sendo estimulada qualquer tipo de reprovação, censura ou lamentação dirigidas aos que – em qualquer número – dela discordarem.
10. A Coolmeia quer se expandir? Para que? E como?
A Coolmeia não é uma organização se expandindo e sim uma idéia se disseminando. Como a vida – na bela imagem de Lynn Margulis – ela “não se apossa do globo pelo combate e sim pela formação de redes”. No plural. O modelo de organização da Coolmeia é fractal. Cada comunidade de aprendizagem, de ação e de exemplo que se forma é um Favo da Coolmeia e, ao mesmo tempo, a Coolmeia toda. Coerentemente com tal modelo de organização, a expansão da Coolmeia se dá pela multiplicação dessas
comunidades.
11. Como ajudar a Coolmeia?
A Coolmeia é um repositório de ideias simples que podem ser implementadas localmente bastando para isso a reunião de algumas
pessoas interessadas em melhorar a comunidade em que vivem.
Se você acredita que tem dentro de si um pouco do espírito empreendedor social necessário, navegue pelas nossas Ideias ou pela nossa Wiki e escolha algo pelo que você interessa, junte alguns amigos e ponha as mãos na massa.
Saiba com mais detalhes, clicando no link a seguir, Como Ajudar.
Nos diga o que você sabe ou quer fazer!
Sabe qual é a melhor forma de ajudar a Coolmeia? É justamente fazendo aquilo que você mais gosta ou melhor sabe fazer compartilhando este conhecimento ou ação com outras pessoas, de forma a construir capital social, ou seja, bens e serviços que sejam de todos, que tragam benefícios muito além daqueles tradicionais que se resumem ao nosso próprio bolso ou da nossa família.
Diga o que você quer fazer para nos ajudar e suba na embarcação! Nossa viagem é longa e sua companhia pode nos fazer falta!
A Coolmeia se organiza através de assembléias abertas semanais onde se tomam as decisões referentes ao seu funcionamento. Nestas assembléias, que são chamadas de “permanentes”, se discute de tudo desde as tarefas que estão sendo desenvolvidas nas diferentes comissões, favos, projetos e grupos de trabalho. Também se pode entrar em acordo para criarem-se novos grupos de trabalho, favos, projetos, times ou comissões sempre que se detecta uma necessidade específica.
Articulamos as tarefas em grupos. Estes abarcam e se interrelacionam com diferentes times, comissões e favos que tem certa relação entre si.
Entendemos por comissão ou força-tarefa um grupo de pessoas estável que desenvolve uma tarefa necessária para o bom funcionamento da Coolmeia. As comissões propõe ações e linhas de trabalho, as desenvolvem e apresentam seu estado e resultado na assembléia permanente.
Um grupo de trabalho ou força-tarefa é um conjunto de pessoas que realizam uma tarefa pontual e bastante concreta ou iniciam um novo grupo dentro da cooperativa a partir da detecção de uma necessidade em uma assembléia permanente. Nos casos em que uma tarefa que se desenrola por parte de um grupo de trabalho e requer uma dedicação de tempo continuada, se postula à assembléia permanente que a necessidade torna interessante para o coletivo que o grupo de trabalho se transforme em uma comissão. Tanto os grupos de trabalho quanto as comissões estão abertas a participação de todas as pessoas.
Uma ferramenta muito importante para as comissões e os grupos de trabalho é a rede social cooperativa (net.coolmeia.org), através da qual as pessoas implicadas em um grupo podem compartilhar informações, desenvolver ideias, criar debates, anexar arquivos… É uma ferramenta para nos comunicarmos à distância, através da internet. Navegando pela rede social se pode ver a amplitude de temas que em algum momento já se trabalhou ou vem-se trabalhando atualmente.
A seguir, uma lista de nodos, com as comissões que os compõe e seu correspondente enlace à rede social da Coolmeia.
A Harmonização Global
A Harmonização Global (Assembléia Geral Permanente) da Coolmeia facilita a auto-governança e a ação coletiva de todos os membros da Coolmeia. Cada membro tem a mesma voz e poder de decisão.
O objetivo da Harmonização Global é permitir a realização dos projetos de vida dos membros da Coolmeia dentro dos princípios do Bem Comum, em relações harmônicas e interdependentes que sejam pautadas pela eqüidade, acessibilidade, justiça social e ambiental e liberdade.
Esta Assembléia Geral Permanente rejeita a legitimidade de estruturas de tomada de decisão de cima para baixo e que promovam a exclusão de membros da Coolmeia destes processos deliberativos. A Assembléia busca criar um ambiente no qual o poder de governar é coletivizado e, ao mesmo tempo, se permite discordar e “caminhar” para longe sempre que, individualmente, se discordar dos processos vigentes.
A Assembléia Geral responde a nenhuma organização exceto ela mesma.
Princípios
As Harmonizações estão comprometidas dos princípios da anti-opressão e anti-dominação; reconhecemos a realidade das barreiras estruturais que existem entre nós e ao nosso redor, na própria Coolmeia e na sociedade em geral, e lutamos contra estes processos excludentes objetivando desfazer relações hierárquicas e desiguais.
Reconhecemos que a discriminação pode acontecer de forma aberta, dissimulada ou por omissão. Não aceitamos discriminação de etnia, raça ou cor, gênero, orientação sexual, idade, nacionalidade, naturalidade, língua, costumes, credo, convicção religiosa ou filosófica, cultura, situação econômica ou funcional, posição hierárquica, grau de instrução ou condição física ou psíquica ou ao longo de qualquer outro eixo de poder.
Somos não-hierárquicos e comprometidos à solidariedade internacional. Buscamos a eliminação das fronteiras nacionais, não como uma imposição, mas como um processo que decorra da consciência humana avançando para a noção de que somos, em última instância, uma única espécie e devemos compartilhar o planeta sem separações geopolíticas ou barreiras econômicas artificiais, ao mesmo tempo em que respeitamos e valorizamos as diferenças culturais historicamente construídas.
Acreditamos que os recursos do planeta deve ser tomados como bens comuns, mas devem ser geridos coletivamente e acessados de forma a mantê-los de forma perene, garantindo o usufruto das próximas gerações, buscando a regeneração e aprimoramento dos sistemas naturais sempre que possível.
Nós nem sempre concordamos uns com os outros; nós respeitamos uns aos outros; nós damos suporte e afirmamos uns aos outros. Reconhecemos que encontrar os limites em que nossas liberdades se chocam é uma tarefa diária que faz parte essencial da constituição do que é ser humano e viver em sociedade, e buscamos lidar com isso da melhor forma possível, utilizando este respeito e reconhecimento do outro como parâmetro para nossa liberdade e limites.
Todas contribuições no espírito destes princípios são bem-vindas.
Somos uma rede de pessoas organizadas de forma horizontal e não-hierárquica dedicada a enfrentar os grandes desafios do nosso tempo. Somos um grupo de visionários unidos pela tarefa de encontrar, compartilhar, discutir e aprimorar informações, atitudes e soluções voltadas para o bem comum, e montar um conjunto de recomendações de práticas a serem implementadas por indivíduos ou grupos de pessoas em suas casas, instituições, coletivos ou comunidades com o objetivo de trazer justo e verdadeiro benefício ao maior número de pessoas possível.
Somos indivíduos singulares que passamos a expressar cada vez mais um desejo por uma autonomia que possa ser realizada de forma associativa, cooperativa e sabemos que a emergência aqui e acolá de movimentos que não só protestam contra a miséria de nossas vidas, mas alegremente afirmam a possibilidade de uma vida radicalmente diferente já são sinais inconfundíveis de que este horizonte que pretendemos desvelar está cada vez mais pronto para ser apreciado.
Acreditamos na criação autônoma de devires, espaços e vivências e na multiplicação destas através de experiências educativas que pensem e vivam a liberdade, a solidariedade, o apoio mútuo e a autogestão.
Acreditamos que é através da ampliação do Capital Humano, através das experiências compartilhadas de aprendizagem que conseguiremos transpor os desafios planetários que se interpõe.
Somos pessoas que acreditam no empoderamento dos indivíduos e de suas comunidades, buscando a sustentabilidade destas e do planeta. Organizamos redes de resiliência locais, e facilitamos a comunicação e a interação entre elas.
Acreditamos que gentileza gera gentileza e que precisamos desenvolver comunidades como unidades eto-ecológicas, baseadas na bondade e no apoio mútuo.
A Coolmeia apóia-se na força de todos que acreditam, assim como Ghandi, que a mudança que buscamos no mundo encontra-se em cada um de nós. Através da união destas pequenas mas significativas forças individuais, conseguimos promover melhorias progressivas e sensíveis na qualidade de vida dos seres humanos e daqueles seres vivos que nos circundam.
Declaramos um objetivo comum:
“Fazer o mundo funcionar para 100% da humanidade no menor tempo possível através da cooperação espontânea sem ofensa ecológica ou desvantagens para qualquer um.” (1)
Sentimos que não precisamos bater de frente com os poderes já estabelecidos, pois estes possuem uma força esmagadora, que poderia acabar com nossos intentos. Podemos, isso sim, criar um mecanismo misto de resistência e criação de alternativas . Podermos criar um desvio no fluxo do rio, cavando um outro leito, construído com a ajuda de todos aqueles que acreditassem em nosso sonho. “Você nunca muda a realidade lutando contra ela. Para mudar algo você cria um novo modelo que torna o modelo existente obsoleto.” (2)
Sabemos também que nem todas as verdades já estão escritas, quando começamos a trilhar nosso caminho.
“Caminhos nunca são linhas retas. Eles ziguezagueiam, sobem e descem colinas e vales. Eles chegam a becos sem fim. Mas quando colocamos nosso melhor pé adiante, podemos nos aventurar na direção da utopia, em direção a um mundo que venha de baixo, para todos e por todos.
Com grande cuidado encontramos pedras nas quais podemos pisar para os destinos mais maravilhosos. Então nos esforçamos para emendar paisagens inteiras de práticas não-hierárquicas. Chutamos os vidros quebrados do nosso caminho. Às vezes nos perdemos. Mas a passagem precária em si mesma é um mapa para uma sociedade liberadora.
Nos damos as mãos, desejando atravessar novamente, de um jeito novo. Quando a escuridão desce, construimos acampamentos de fogo a partir das fagulhas da possibilidade, e vemos outras chamas à distância.” (3)
Sabemos em nosso sonho, que a mudança que vamos co-construir virá de um trabalho continuado, cooperativo, de centenas de milhares de pessoas, ao longo de um período prolongado de tempo. Mas sabemos também que será divertido e enriquecedor trilhar esse caminho, juntos. Como nos diz Howard Zinn:
“A mudança revolucionária não vem como um momento cataclísmico… mas como uma sucessão sem fim de surpresas, movendo-se em zigue-zague em direção a uma sociedade mais decente. Não temos que nos engajar em grandes e heróicas ações para participar do processo de mudança. Pequenos atos, quando multiplicados por milhões de pessoas, podem transformar o mundo.
Mesmo se não “vencermos”, existe diversão e preenchimento no fato de estarmos envolvidos, com outras pessoas boas, em algo que vale a pena. Nós precisamos de esperança. Um otimista não é necessariamente um indiferente, um cantarolador levemente sentimental no meio da escuridão do nosso tempo. Pois ter esperança em tempos ruins não é apenas romantismo bobo. É basear-se no fato de que a história humana é uma história de crueldade, mas também de compaixão, sacrifício, coragem e bondade. O que escolhemos enfatizar nesta complexa história é que irá determinar nossas vidas.Se virmos apenas o pior, ele destrói nossa capacidade de fazer algo. Se lembrarmos daqueles tempos e lugares – e existem tantos – em que as pessoas se comportaram de forma magnífica, isso nos dá energia para agir, e ao menos a possibilidade de mandar esse topo giratório do mundo em uma direção diferente. E se nós agirmos, mesmo de uma forma pequena, nós não precisaremos esperar por um grande e utópico futuro. O futuro é uma sucessão infinita de presentes, e viver agora da forma que acreditamos que os seres humanos devem agir, em oposição a tudo que existe de ruim ao nosso redor, já é por si uma vitória maravilhosa.” (4)
E assim despertamos, com uma energia diferente palpitando dentro de nós, nos chamando para a ação. O engraçado é que acordei mas o sonho não foi embora: ele estava ali, presente, gritando e pedindo, como urgência visceral, que eu o ajudasse a se tornar realidade. E aqui estou eu, cercado de pessoas pra lá de especiais, com as quais gostaria de compartilhar este sonho e, muito mais do que isso, gostaria que me deixassem compartilhar dos seus sonhos.
Em virtude disso, perguntamos:
O que você, que está lendo este texto agora, e que estou chamando para compor este sonho comigo, acrescentaria de seu para que este sonho seja um sonho ao mesmo tempo comum e completamente seu?
(1) e (2) R. Buckminster Fuller
(3) trecho retirado de Paths toward Utopia, com ilustrações de Erik Ruin e palavras de Cindy Milstein
(4) Howard Zinn, em O Otimismo da Incerteza
Para uma leitura mais aprofundada sobre Quem Somos e o Que Queremos, leia nosso Manifesto e nossa Carta de Princípios.
Aprofunde-se mais ainda lendo nossos Textos Essenciais.